quarta-feira, 12 de maio de 2010

Ode aos mafiosos: o discurso não proferido

Que venham muitos, que venham sempre aos montes
O canalha, o patife e o prepotente
Que eu, como amigo, os abraçarei sempre contente
Porque aqui na terra onde sou Rei
Onde mando em todos os imundos
Sempre estarei à disposição dos brutamontes
Dos mentirosos, crápulas e dos ignorantes
Porque todos sabem que eu não estudei

Aqui escolho quem eu quero
Minha vontade não é só desejo, é lei.
Aprendi a dirigir com “mão-de-ferro”
E quem me desobedece eu enterro
Quem de mim discorda, eu, só com um berro,
Humilho e destruo por se opor ao Rei

Vinde a mim todo e qualquer analfabeto
Os ladravazes, os dissimulados charlatães
Tragam sempre os amigos e suas madres
Porque no paraíso dos compadres
Serão todos recebidos com afeto

Aqui neste monturo de estrume
Seqüestradores, assaltantes e bandidos
Serão sempre por mim bem recebidos

Porque aqui quem dita o costume,
Quem pune, quem premia e quem afaga
Sou eu – o Luladrão – o dono desta plaga.

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